Camboja: infos, roteiro & dicas

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Muitos brasileiros jovens não conhecem a realidade do Camboja por não terem estudado o assunto nas escolas, mas é simplesmente impossível chegar no país e não se deparar com as sequelas da guerra. O Camboja foi um dos países mais chocantes que visitei, e com certeza me acrescentou muito em termos culturais - e até mesmo espirituais! Confere aqui nesse post!

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Sobre o Camboja

A Guerra Civil no Camboja teve início em 1967 e terminou em 1975, marcando o início do regime sangrento do Khmer Vermelho liderado por Pol Pot, o responsável pelo genocidio de mais de 2 milhões de cambojanos, valor correspondente a quase 1/3 da população na época. Dá pra acreditar? Pois é...

O ditador queria tornar o Camboja um país agrícola e comunista, acreditando que a sociedade urbana estava contaminada pelo capitalismo é que toda forma de inteligência deveria ser exterminada. E foi assim que todos que possuíam algum nível de instrução e educação foram mortos, incluindo professores, advogados, engenheiros, estrangeiros, médicos, pessoas ligadas ao antigo governo, artistas, monges, jornalistas e até mesmo pessoas que sabiam outra língua ou que usavam óculos.

Seguiu-se então um êxodo urbano. Pol Pot queria que as crianças fossem a base do novo país. Destruiu livros e escolas para garantir que as crianças fossem doutrinadas nos princípios comunistas e elas se tornaram os novos soldados, aprendendo a manipular armas, matar pessoas e servir ao governo. Aqueles que sobreviveram trabalhavam no campo, sob regras restritas, por mais de 12 horas diárias e a comida era fracionada de forma desumana, o que foi a causa de muitas mortes, juntamente com a proliferação de doenças, visto que hospitais tinham sido fechados e médicos mortos. 

O regime acabou em 1979, porém, as sequelas deixadas eram severas. Consequências que refletiriam ainda por muitas gerações. Filhos do caos, crianças que teriam que aprender a sobreviver nesse cenário de guerra, pessoas mutiladas...  Nada legal de se ver! 

A moeda oficial é o riel cambojano, mas, na prática, o dólar é largamente utilizado, inclusive em saques, e o riel serve como assistente, sendo ótimo para o troco. Por exemplo, se alguma coisa custa quatro dólares e pagamos com uma nota de cinco, receberíamos 4.000 rieis cambojanos que são equivalentes ao troco de 1 dólar. Um tanto confuso, mas na prática funciona. 

A língua do Camboja é o khmer, que tem um pouco em comum com o tailandês. O nível de inglês não somente das crianças, mas da população como um todo surpreende! Além do inglês, muitas vezes dominam outras línguas também, como o francês, pelo fato do país ser uma ex-colônia francesa. As pessoas nascidas no Camboja também são chamadas de khmer, assim como a culinária do país. 

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Roteiro

Meu roteiro no Camboja, assim como no Laos, teve duração de 1 semana e foi bem básico, passando pelas principais cidades: Siem Riep - Phnon Penh e Sihanoukville. Em Sihanoukville pegamos um barco para Koh Rong onde ficamos por 2 noites. Na verdade Sihanoukville foi apenas uma parada estratégica no caminho, mas valeu a pena conhecer! 

Dia 1: Bangkok (Tailândia) - Phnon Phen

Dia 2: Phnon Phen

Dia 3: Phnon Phen - Sihanoukville

Dia 4: Sihanoukville – Koh Rong

Dia 5: Koh Rong

Dia 6: Koh Rong – Siem Reap

Dia 7: Siem Reap

Dia 8: Siem Reap – Bangkok (Tailândia)

Muita gente começa o roteiro por Siem Reap, onde fica o famoso complexo-templo Angkor Wat, no meu caso, achei melhor deixar para o final, o que me atrapalhou um pouco pois fiquei com febre e quase não aproveitei os passeios da cidade. Mas no geral, gostei do roteiro que montei.

Dessa forma, ficou um pouco corrido, ainda mais considerando a ida à ilha de Koh Rong. Indico, caso você tenha uma semana, ficar apenas em Siem Reap e Koh Rong, onde vai compreender melhor a parte histórico-cultural do país. Caso tenha tempo a mais, Koh Rong vale a pena por ser uma das ilhas que disputa a beleza com as ilhas da Tailândia - só que bem menos muvucada!

Me surpreendi bastante com o Sul do Camboja e no fim das contas foi interessante ver os dois lados da moeda - a parte histórico-cultural (bastante tensa e cheia de informação) e depois relaxar na praia de Long Beach, provavelmente a praia mais bonita do Camboja, de areia branquinha e por do sol indescritível! E em pensar que muita gente nem sabe da existência dela...

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Dicas

• Os cambojanos tem uma abordagem insistente que é cansativa. Prepare-se para caminhar nas ruas dizendo "não" às balas, aos tuk tuks e até mesmo às drogas!

• Há um número excessivo de crianças nas ruas: algumas vendendo rosas ou braceletes, outras simplesmente pedindo dinheiro, mas que falam muuuito bem o inglês. Se você tem um coração, você vai se comover. Mas cuidado, porque muita das vezes pode se tratar de um golpe!

• A moeda local é o Riel, porém o Dólar Americano é aceito pela maioria dos estabelecimentos, inclusive nos saques.

• A pobreza ainda é algo presente na vida de vários homens, mulheres e crianças do Camboja, o que acaba incentivando muitos visitantes a ajudarem de alguma maneira, seja financeiramente ou atuando como voluntários. Caso seja de seu interesse, procure a melhor forma de ajudar!

• Patrimônio da Unesco, o Complexo de Angkor é uma das maravilhas da arquitetura mundial. Um parque arqueológico com 400 quilômetros quadrados e herança do Império Khmer. Visita imprescindível, hein?!

• Os mais aventureiros podem alugar bicicletas para visitar os templos de Angkor, porém ao optar por este meio de transporte você vai precisar estudar bem a área, para não se perder - ou usar um GPS. Alguns hotéis da cidade disponibilizam bicicletas gratuitas para os hóspedes.

• Não perca o nascer do sol no Angkor Wat. Vale a pena o esforço! ;)

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E aí, gostou da dica? Já foi ao Camboja e tem algo à acrescentar? Comenta aqui!

Beijocas,
Mandzy.

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